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Trump impõe tarifa de 50% sobre produtos do Brasil, mas quase 700 itens são isentos

  • Foto do escritor: Iranildo R. Deiró
    Iranildo R. Deiró
  • 31 de jul.
  • 4 min de leitura

Alimentos, combustíveis, aviões e veículos estão entre os setores excluídos da tarifa adicional de 40% sobre bens brasileiros — total de 50% — que começa a valer em 6 de agosto de 2025.

Em um movimento que agrava a já fragilizada relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, o presidente norte-americano Donald Trump assinou, entre os dias 30 e 31 de julho de 2025, uma ordem executiva instituindo uma tarifa extra de 40%, elevando o total para 50% sobre produtos brasileiros, a ser aplicada a partir de 6 de agosto Yahoo Finanças+11AP News+11Reuters+11.


1. Motivos e fundamentação oficial

A justificativa oficial, conforme o governo dos EUA, é tratar medidas do governo brasileiro – especialmente o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado ideológico de Trump – como uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional americana, especialmente em razão de supostas violações de direitos humanos, censura e interferência em empresas americanas como X e Rumble AP News+2ABC News+2AP News+2.


Essa ação ocorre sob a égide da International Emergency Economic Powers Act (IEEPA) e da Trade Act de 1974, reafirmando o caráter de emergência e segurança nacional das tarifas The White House.


2. A longa lista de isenções: quase 700 itens

Apesar de alcançar mais da metade das exportações brasileiras para os EUA, a medida contém uma extensa lista de exceções, que isenta cerca de 700 produtos da alíquota de 40%, preservando a tarifa-base de 10%. Entre os setores excluídos estão:


  • Aeronaves civis e seus componentes

  • Metais e produtos energéticos: como minério de ferro, petróleo bruto, gás natural e carvão

  • Sucos (notadamente suco de laranja) e nozes brasileiras (como castanha-do-pará)

  • Fertilizantes, chapas metálicas, ferro-gusa e ligas ferro metálicas

  • Madeira, produtos de papel e metais preciosos

  • Veículos de passageiros e suas peças — isentos por já enfrentarem outra tarifa de 25% pt.wikipedia.org.

Essa ampla exclusão visa mitigar impactos imediatos nos setores estratégicos e evitar rupturas abruptas em cadeias produtivas de difícil substituição no curto prazo ReutersReuters.


3. Impactos setoriais previstos

☕ Setor agrícola e alimentício

Produtos como açúcar, café, carne e soja, que não constam da lista de exclusões, sofrerão pesadamente. Isso impactará diretamente exportadores brasileiros e poderá elevar preços de café e outros bens alimentícios nos EUA ReutersThe Times of India.


✈️ Aeroespacial

A isenção de tarifas para aeronaves civis pode proteger empresas como Embraer e evitar desordem no setor de suprimentos críticos à indústria aérea ReutersReuters.


⛽ Energia e mineração

Minério de ferro e petróleo brasileiro, que também não sofrem a adição tarifária extra, permanecem competitivos no mercado americano — embora enfrentem incerteza com possível escalada de tensões políticas Reuters.


🚗 Veículos e autopeças

Veículos e peças automotivas já estavam sujeitas a tarifas de 25% sob regulamentos anteriores (Section 232) e, portanto, não entram na alíquota adicional de 40%; permanecem sob a taxa existente en.wikipedia.orgReuters.


4. Reações do governo brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a medida como “interferência inaceitável” na soberania nacional e reafirmou a disposição de defender os instrumentos legais do Brasil para retaliação, mas também se disse aberto ao diálogo comercial pt.wikipedia.orgFinancial Times.


O governo anunciou a regulamentação da Lei de Reciprocidade Comercial (Decreto nº 12.551/2025) e já prepara pacote de suporte financeiro a setores afetados pt.wikipedia.org.


5. Implicações diplomáticas e geopolíticas

A escalada já provocou reações diversas: Mercosul, União Europeia, Argentina e México manifestaram solidariedade ao Brasil. Por sua vez, China e Rússia condenaram as tarifas como punitivas e politicamente motivadas pt.wikipedia.org.


Na Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil já protocolou um pedido de consultas, com processo em andamento em julho de 2025 pt.wikipedia.org.


6. Reflexões econômicas e projeções

Analistas estimam que o impacto líquido das tarifas pode reduzir o PIB brasileiro em cerca de 0,25%, conforme projeções da Goldman Sachs. O real também sofreu desvalorização de cerca de 2%, e o índice Ibovespa refletiu um recuo imediato, ainda que moderado pt.wikipedia.org.


Para empresas brasileiras exportadoras, especialmente dos setores não-excluídos, há risco de perda de contratos nos EUA e aumento de custos logísticos e comerciais.


7. Oportunidades e estratégias de resposta

🤝 Diversificação de mercados

Com a guerra tarifária iminente, o Brasil intensifica a diplomacia comercial junto à UE, Ásia e países do BRICS, buscando reduzir dependência do mercado americano e consolidar acordos bilaterais.


💼 Retaliação regulamentada

O governo prepara tarifas retaliatórias proporcionais sobre produtos americanos, conforme a nova lei, sem descartar apoio à judicialização na OMC e possíveis sanções administrativas pt.wikipedia.org.


🛡️ Apoio industrial interno

Estão previstas políticas de crédito, seguros de exportação e medidas de alivio fiscal para empresas impactadas, sobretudo nos setores de café, carne, suco, açúcar e bens industrializados afetados pelas tarifas.


✅ Conclusão

O anúncio das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 6 de agosto de 2025, com quase 700 exceções, reflete uma estratégia dos Estados Unidos de alavancar pressão política sobre o Brasil por meio de medidas comerciais com forte componente simbólico e geopolítico.


Embora setores como aviação, energia e veículos tenham sido poupados da tarifa adicional — reduzindo o risco de ruptura total —, áreas como agronegócio e alimentos ficam vulneráveis, gerando impacto imediato nas exportações brasileiras e na relação diplomática entre os dois países.


Para o Brasil, o caminho passa por articulação internacional, reforço à diversificação de mercados, mobilização político-institucional e suporte econômico interno. O desenrolar dessa disputa definirá não apenas os fluxos comerciais, mas também a visão do Brasil no tabuleiro global pós-2025.

 
 
 

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