🚨 Megaoperação no Rio: investigação de mais de um ano leva à ação contra o Comando Vermelho
- Iranildo R. Deiró

- 28 de out.
- 6 min de leitura
Operação desta terça (28) mobilizou centenas de agentes após apuração que identificou 94 criminosos escondidos nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio.
🔎 O início da operação e o trabalho de inteligência
Uma grande operação policial foi deflagrada nesta terça-feira (28) no Rio de Janeiro, mobilizando centenas de agentes da Polícia Civil, Militar e Federal em comunidades dominadas pelo tráfico.
A ação, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, é resultado de mais de um ano de investigação, conduzida de forma integrada entre as forças de segurança e o Ministério Público do Estado.
Segundo os investigadores, o objetivo foi cumprir mandados de prisão e enfraquecer o núcleo operacional do Comando Vermelho (CV), uma das facções criminosas mais antigas e violentas do. As apurações identificaram 94 integrantes do grupo, incluindo chefes de tráfico, responsáveis por rotas de armas e drogas e operadores de lavagem de dinheiro.
🧠 Como funcionou a investigação
De acordo com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), o inquérito começou no início de 2024, com base em interceptações telefônicas e dados de inteligência.
Com apoio da Polícia Federal e de agências de monitoramento, os agentes mapearam a estrutura hierárquica do Comando Vermelho e os locais usados como esconderijo de lideranças.
As forças policiais também utilizaram tecnologia de georreferenciamento, drones e reconhecimento facial, o que permitiu monitorar movimentações de suspeitos em tempo real.
Essas ferramentas foram decisivas para definir o momento exato da operação, garantindo precisão e reduzindo o risco para os agentes.
⚔️ A ofensiva nos complexos do Alemão e da Penha
As ações começaram por volta das 5h da manhã, com helicópteros e veículos blindados cercando as entradas principais das comunidades. Moradores relataram trocas de tiros nas primeiras horas, mas o balanço parcial da Secretaria de Segurança informou nenhum policial ferido e dezenas de prisões ao longo do dia.
Entre os detidos, estão nomes considerados estratégicos para o tráfico local, responsáveis pela comunicação direta com fornecedores de armas e drogas na fronteira com países vizinhos. A polícia também apreendeu fuzis, pistolas, munição e mais de 300 kg de entorpecentes, além de documentos usados em esquemas de lavagem de dinheiro.
💬 Declarações das autoridades
O governador Cláudio Castro (PL) elogiou o trabalho conjunto das forças de segurança:
“Essa operação é fruto de mais de um ano de inteligência, integração e coragem. O Estado está retomando o controle de territórios há muito tempo dominados pelo crime organizado.”
O secretário de Segurança Pública, Victor Araújo, afirmou que o foco é manter ações contínuas e não apenas pontuais:
“Nosso objetivo é enfraquecer o poder econômico e logístico da facção, e não apenas realizar incursões temporárias.”
O Ministério Público do Rio de Janeiro confirmou que novas fases estão previstas, voltadas à identificação de financiadores e lavagem de dinheiro em empresas de fachada.
📈 Resultados parciais
Até o fechamento desta edição, o balanço oficial da Secretaria de Segurança indicava:
23 presos, incluindo dois foragidos de alta periculosidade;
8 armas apreendidas, entre fuzis e pistolas automáticas;
Mais de 300 kg de drogas confiscadas;
5 veículos roubados recuperados;
R$ 850 mil em espécie apreendidos;
Celulares e notebooks recolhidos para análise pericial.
Segundo a polícia, os dados extraídos dos aparelhos poderão abrir novas linhas de investigação sobre o financiamento da facção.
⚖️ Repercussão política e social
A megaoperação reacendeu o debate sobre segurança pública e direitos humanos. Parlamentares da base governista classificaram a ação como “necessária e histórica”, enquanto membros da oposição cobraram transparência e acompanhamento civil para evitar excessos.
Organizações como a Anistia Internacional Brasil e a Rede de Observatórios da Segurança destacaram o impacto sobre a população local, mencionando fechamento de escolas, postos de saúde e restrição de transporte durante os confrontos.
Apesar das críticas, especialistas em segurança afirmam que ações baseadas em inteligência e cooperação entre forças representam um avanço em relação às incursões isoladas do passado.
🌎 Repercussão internacional: como o mundo viu a operação no Rio
A megaoperação também ganhou destaque na imprensa internacional, que tratou o caso como um dos maiores movimentos de segurança pública na América Latina neste ano.
🇺🇸 Estados Unidos
O The New York Times destacou que a operação “reflete a tentativa do Brasil de retomar o controle sobre áreas urbanas dominadas por facções há décadas”.
Já a CNN International classificou a ação como “um dos maiores esforços coordenados da história recente do Rio”, observando que o uso de tecnologia de reconhecimento facial chamou atenção de analistas de segurança.
O portal Bloomberg associou a operação ao aumento da cooperação entre o Brasil e os Estados Unidos no combate ao tráfico internacional de armas e drogas, ressaltando o impacto econômico e político da ofensiva.
🇬🇧 Reino Unido
O The Guardian publicou matéria sob o título “Brazil’s police crack down on Rio’s drug gangs in year-long operation”, destacando o caráter prolongado da investigação e a complexidade do crime organizado nas favelas.
O jornal também relembrou casos anteriores de confrontos no Alemão e na Penha, comparando o atual modelo de operação — mais técnico e baseado em inteligência — com as ações violentas de 2010 e 2021.
🇫🇷 França
O francês Le Monde destacou a operação como “um marco na política de segurança brasileira”, mencionando que as facções do Rio têm redes de atuação que ultrapassam fronteiras, especialmente no tráfico de armas oriundas da Europa Oriental.
O veículo enfatizou o esforço do governo brasileiro em melhorar a imagem internacional do país no combate ao crime, após críticas recentes de entidades de direitos humanos.
🇪🇸 Espanha
O jornal espanhol El País deu enfoque ao aspecto social, dizendo que “a operação no Rio de Janeiro expõe o dilema entre segurança e direitos humanos”, e entrevistou especialistas brasileiros que defendem uma presença mais duradoura do Estado nas comunidades.
🌎 América Latina
Nos países vizinhos, como Argentina e Colômbia, veículos como o Clarín e El Tiempo noticiaram o caso como um exemplo de combate estruturado às facções transnacionais, ressaltando o envolvimento do Comando Vermelho em rotas de tráfico que atravessam as fronteiras do Cone Sul e da Amazônia.
🔮 Próximos passos da investigação
O delegado Roberto Jucá, da DRACO, confirmou que novas fases estão sendo preparadas. O foco agora é asfixiar financeiramente o Comando Vermelho, rastreando empresas e contas bancárias ligadas a líderes da facção.
A expectativa é que, com o apoio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o grupo seja atingido em seu principal ponto de sustentação: o fluxo de dinheiro ilícito.
🧩 Contexto: o poder e o alcance do Comando Vermelho
Criado nos presídios do Rio de Janeiro na década de 1970, o Comando Vermelho (CV) consolidou-se como a maior facção criminosa do estado, com ramificações em outros 10 estados brasileiros e vínculos internacionais.
Nos últimos anos, o grupo enfrentou disputas territoriais com o Terceiro Comando Puro (TCP) e milícias locais, o que ampliou a violência em regiões estratégicas como a Penha e o Alemão.
A atual operação é vista como uma tentativa de enfraquecer o núcleo histórico do CV, que mantém o controle sobre rotas de distribuição de drogas e armamentos ilegais.
🧭 Conclusão
A megaoperação no Rio de Janeiro marca um momento decisivo no enfrentamento ao crime organizado. Mais do que uma ação policial, representa um esforço coordenado de Estado, com resultados imediatos e repercussão mundial.
Para as forças de segurança, o desafio agora é transformar o êxito tático em política pública duradoura — garantindo segurança, presença institucional e desenvolvimento social nas comunidades.
Enquanto isso, a imprensa internacional seguirá acompanhando de perto os próximos desdobramentos, reconhecendo que o Brasil vive um dos momentos mais importantes de sua política de segurança nas últimas décadas.
📚 Fontes consultadas
G1 – “Operação contra o Comando Vermelho é deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha.”🔗 https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro
O Globo – “Polícia do Rio realiza megaoperação em comunidades dominadas pelo tráfico.”🔗 https://oglobo.globo.com/rio/
Agência Brasil – “Ação conjunta mira facções e cumpre mandados de prisão no Rio.”🔗 https://agenciabrasil.ebc.com.br/seguranca
BBC News – “Brazil police raid Rio favelas in year-long operation against gangs.”🔗 https://www.bbc.com/news/world-latin-america
The Guardian – “Brazil’s police crack down on Rio’s drug gangs in year-long operation.”🔗 https://www.theguardian.com/world
Le Monde – “La police brésilienne frappe fort contre le crime organisé à Rio.”🔗 https://www.lemonde.fr/international
El País – “Operación policial en Río de Janeiro reaviva el debate sobre seguridad y derechos humanos.”🔗 https://elpais.com/america
Clarín – “Brasil lanza megaoperativo contra el Comando Vermelho en Río.”🔗 https://www.clarin.com/mundo
🏷️ Tags
Operação no Rio, Comando Vermelho, Polícia Civil RJ, Complexo do Alemão, Complexo da Penha, Segurança Pública, Repercussão Internacional, Cláudio Castro, BBC News, The Guardian, Le Monde, Tráfico de Drogas, Megaoperação RJ, Criminalidade no Rio








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